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domingo, 12 de abril de 2009

o Achiga em Portugal










História / Morfologia / Hábitos / Alimentação / Habitat / Reprodução

HISTÓRIA
O achigã em Portugal
O achigã foi introduzido pela primeira vez em Portugal em 1898, na Lagoa das Sete Cidades, S. Miguel, nos Açores.No continente essa introdução foi conseguida em 16 de Fevereiro de 1952, através de um pequeno número de alevins (150), provenientes de uma piscicultura francesa a Clouzioux.A espécie foi Introduzida nas águas portuguesas por iniciativa única e exclusiva de pescadores desportivos.Não nos poderemos esquecer, da introdução da espécie no continente, de personalidades como Jorge Brum do Canto, Augusto Seabra Cancela, Carlos Anjos Bonniz, Manuel do Amaral ou Manuel Ferreira de Lima.A espécie, originária dos E.U.A. e Canadá, encontrou condições muito favoráveis, tendo-se estabelecido e espalhado praticamente por todo o País, em especial no Sul e Centro.
Além do achigã (largemouth bass), existem no continente americano mais cinco espécies do género Micropterus: o smallmouth bass, o spotted bass, o redeye bass, o swannee bass e o guadalupe bass. De todas estas espécies, a mais conhecida e disseminada no continente americano e no mundo é, sem dúvida, o achigã.Sendo originário do continente americano (parte inferior dos grandes lagos. rio Mississipi a Sul da costa do Golfo, Florida, Carolina do Sul e Norte, Geórgia e Virgínia), o achigã foi introduzido pelo mundo fora, encontrando-se no Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Guatemala, Honduras, Panamá, Porto Rico, Botswana, Camarões, Kénia, Lesoto, Madagáscar, Marrocos, Zimbabwe, África do Sul, Swazilândia, Tanzânia, Tunísia, Uganda. Japão e Filipinas. No Velho Continente o achigã encontra-se na Inglaterra, Checoslováquia. Franca, Alemanha, Hungria, CEI, Itália, Suíça, Espanha e naturalmente, em Portugal. Na Europa as primeiras introduções ocorreram em França (1877) e em Inglaterra (1879), ambas a partir de exemplares vindos dos EUA.
Com excepção de Portugal. Espanha, Itália e França o achigã tem nos outros países europeus uma representatividade muito reduzida.

MORFOLOGIA
A origem do Nome
Pensa-se que a palavra "achigã" deriva do vocábulo francês "achigan", forma como o chamavam os colonos franceses no Canadá, que por sua vez terão aprendido o nome com os índios canadianos, para os quais a palavra significava "aquele que salta".
Peixe da família dos Centrarquídeos, o achigã deve o seu nome científico, Micropterus salmoides, a duas das suas características fisiológicas mais marcantes:Micropterus, que significa barbatana pequena, dado o pequeno lóbulo frontal da sua barbatana dorsal, o que faz parecer erradamente que terá duas barbatanas a esse nível, quando se trata apenas de uma configuração especial da única que possui.Salmoides porque se assemelha a um salmonídeo, família de outros tantos grandes peixes de desporto, como o salmão, a truta, etc.Características físicasA boca grande, e que embora sem dentes afiados como o lúcio, lhe permite engolir grandes presas é uma das características mais importantes do achigã. A maxila inferior, proeminente em relação à superior torna-o menos adaptado a apanhar presas que se escondam em estruturas rochosas de fundo, mas essa configuração é altamente benéfica na caça à superfície.O corpo bem musculado e com barbatanas bem desenvolvidas torna-o apto a mover-se com muito à vontade em áreas confinadas, de emboscada, onde aguarda pacientemente as suas presas. Também lhe permite mudanças rápidas de direcção sem diminuir a velocidade. Pode nadar a velocidades de 3 a 4 Km/ hora durante longos períodos e a sua velocidade máxima está estimada em cerca de 20 km/ hora,A sua visão é o seu mais importante sentido. Com os olhos colocados lateralmente na cabeça consegue uma visão binocular perfeita dirigida para a frente e para o ataque, e uma visão monocular muito grande de cada olho dirigida para os lados do corpo. Possuindo a capacidade de focagem de 30 cm a 12 metros e visão a cores, são realmente a arma mais importante para a localização e captura das presas de que se alimenta.A audição é-lhe dada pelo ouvido interno (altas frequências) e pela linha lateral (baixas frequências). O olfacto é pouco desenvolvido no achigã, pondo em causa a eficácia da utilização dos líquidos aromáticos que têm apenas a vantagem de dissimular o cheiro humano.
Já o sentido do gosto é influenciado por estes aditivos, uma vez que, depois de agarrar a presa, é o facto de ela lhe saber a algo comestível ou não que faz o achigã segurá-la mais tempo na boca.O tacto também entra em toda esta combinação, sendo certo que o achigã agarra mais tempo iscos moles do que iscos rígidos.

HÁBITOS
O Comportamento
A alimentação do achigã consta essencialmente de insectos (Odonata, Ephemeroptera e Hemiptera) e ainda de duas exóticas consideradas praga e apenas controladas pelo achigã, a Perca Sol e o Lagostim Vermelho da Louisiana.As carpas e outros ciprinídeos estão ausentes dos conteúdos estomacais do achigã. O período de alimentação do achigã é curto e dá-se várias vezes ao dia.
Razões pelas quais um achigã ataca:
Acção reflexaAs melhores amostras para desencadear uma acção reflexa são o spinnerbait e a crankbait.
RaivaSó após inúmeros lançamentos, 6 a 10, é que o achigã ataca... de raiva. Instinto protectorO macho e a fêmea, enquanto nos ninhos, desenvolvem um elevado instinto de protecção que os leva a atacar as amostras para as "matar".
CuriosidadeAplica-se a peixes que não estando a alimentar-se, apenas "passeando", são passíveis de ser atraídos por amostras naturais e trabalhadas com muita calma.
CompetiçãoAcontece quando dois peixes lutam pela mesma amostra.
Instinto territorialAo ver o seu domínio invadido por uma amostra correm a espantá-la como fariam com outro achigã, e atacam-na por esse motivo.
Instinto de matarPeixes do tamanho da amostra ou mais pequenos a atiram-se à mesma., logicamente que não é para a comerem, pois não têm ainda capacidade de o fazer, mas apenas para matá-la.
IgnorânciaEm águas nunca pescadas qualquer amostra (por desconhecida) pode apanhar achigãs indefinidamente.
A ALIMENTAÇÃO DO ACHIGÃ
Este predador inicia a sua alimentação com microscópicos crustáceos zooplanctónicos. Após atingir, mais ou menos, cinco centímetros alimenta-se de larvas/ninfas aquáticas de insectos (por exp. de ninfas de libélulas) e outros invertebrados, podendo-se considerar que desde os quinze centímetros a sua dieta passa a ser globalmente similar à dos adultos. O achigã é uma espécie preferencialmente ictiófaga (quando adulta), ou seja, que consome principalmente outros peixes. Apesar da lista ser mais extensa o denominador comum da sua dieta, no continente Americano, Europeu, Asiático e Americano é, convirá frisar outra vez, o peixe.
Presas Americanas:
1. As percas sol;2. Os peixes vulgarmente designados nos EUA por shad;
3.Pequenos peixes designados nos EUA por "minnows" e "shiners';4. Trutas; 5. Lagostins de água doce;6. Rãs, salamandras e insectos adultos ligados ao meio aquático, como é o caso das libélulas.
Presas portuguesas
As presas preferenciais e típicas do achigã em albufeiras do Sul de Portugal são a perca sol e o lagostim vermelho. As albufeiras do Centro (Castelo do Bode, Cabril, Aguieira) possuem estruturas ictiológicas diferentes das existentes em albufeiras do Sul e deverão apresentar alimentos preferidos diferentes. Peixes como as bogas e outros pequenos ciprinídeos deverão ser predados nesta área com alguma intensidade, o que não acontece nas albufeiras alentejanas.
O HABITAT
Apesar de se poder considerar o habitat global dos achigãs de uma determinada albufeira toda a massa de água, existem, geralmente, habitats mais pequenos (as divisões de uma casa) que podem ser preferidos, evitados ou, nem uma coisa nem outra. O conhecimento da utilização do espaço "albufeira" pelo achigã é obviamente vital para a sua gestão bem como para a sua pesca. Estruturas e coberturas
Coberturas são as plantas aquáticas que restaram aquando da construção da barragem, bem como as rochas soltas (no paredão), ou a intervenção do Homem (pilares de pontes ou docas fixas e flutuantes). São excelentes coberturas e as favoritas na escolha do Achigã como habitat. As coberturas mais procuradas pelos pescadores são, assim as plantas vivas, as árvores ou arbustos e as formações rochosas. O habitat preferido dos achigãs são as albufeiras com vegetação em abundância, no entanto, as árvores e os arbustos são também elementos de grande concentração deste peixe. Uma outra cobertura que normalmente se encontra são os rip-rap que são conjuntos de pedras soltas mais ou menos ordenadas ao longo da margem. Alguns rip-rap formam-se naturalmente por quebra das rochas devido à erosão que o frio e o calor provocam dando origem a contracções e dilatações; a formação artificial tem origem em movimentos de terras, terraplenagens e na construção de pontes e paredões. Aqui também há grande concentração de achigãs, porque é onde os peixes mais pequenos e os lagostins abundam.Finalmente existe todo um tipo de infra estruturas artificiais que constituem boas coberturas, tais como: os paredões, as pontes, as rampas e as docas.
Estruturas
O achigã desloca-se em zonas de menor profundidade quando procuram alimento, mas sente-se mais à vontade perto de zonas mais fundas para onde possa escapar-se a qualquer sinal de perigo.As estruturas que mais frequentemente se encontram são:
• Cabeços (elevações no fundo de uma barragem, agrupam achigãs por consistirem em alterações bruscas e por darem segurançaà espécie),
• Canais de ribeiras (são das melhores estruturas para pescar achigãs. São autênticas auto-estradas por onde eles executam os seus movimentos com segurança e constituem zonas de fixação em determinadas épocas do ano.
• Drop-offs ( são quedas abruptas que terminam zonas planas ou de inclinação mais suave. É uma estrutura muito variável e constitui ponto de segurança , local onde os peixes se sentem bem, passando a estar mais vulneráveis assim que o ultrapassam.)
• Bicos e os seus prolongamentos submersos ( é a estrutura mais fácil de identificar, são autênticos cabos existindo os primários e os secundários. Os primeiros constituem pontos de paragem para os achigãs que migram; os segundos relacionam-se com os primários estabelendo zonas de corredores entre si)

REPRODUÇÃO
Após chegarem à idade Fértil (aliás, mais correctamente, ao tamanho fértil, já que a chegada à fase adulta está mais dependente do tamanho que da idade) os achigãs estão prontos a procriarem.Os achigãs são heterossexuais, apesar de se terem já capturado indivíduos com tecido ovárico e testicular nas suas gónadas. Com dissecação, as gónadas dos dois sexos são facilmente diferenciáveis. Os ovários das fêmeas são dois, alongados e de secção quase circular, podendo pesar, quando estão prestes a desovar, 10 por cento do peso total (ou seja, uma fêmea de dois quilos pode ter umas ovas de 200 gramas).
Tamanho mínimo para a reproduçãoSão referidos como tamanhos mínimos a partir dos quais os achigãs se podem reproduzir os 25 centímetros para as fêmeas e os 22 para os machos. A fecundidade das fêmeas mais velhas é superior à das mais jovens, pelo que a importância dos maiores exemplares na produção de juvenis num determinado ano/albufeira.
Factores desencadeadores da postura
O achigã inicia o período reprodutivo, nas zonas temperadas, entre o fim do Inverno e o princípio da Primavera. O principal factor desencadeador da reprodução é a temperatura da água, como acontece, aliás, para o crescimento.
Tipo de postura
Os achigãs pertencem ao grupo de peixes que constrói "ninhos" (nos quais se inclui também a perca sol). Estes ninhos não são mais que depressões criadas pelo achigã na zona de postura.Embora os ninhos possam ser feitos em qualquer sítio de uma albufeira, são geralmente escolhidas zonas protegidas dos ventos dominantes; sendo muitas vezes realizados próximos de áreas que ofereçam protecção com rochas, troncos de árvores, etc. Numa albufeira as margens expostas a sul e mais protegidas do vento aquecerão mais depressa iniciando aí o achigã o acasalamento mais cedo.
Durante a construção do ninho o macho coloca a sua cabeça no centro e com movimentos vigorosos afasta os detritos à sua frente. Depois, com a cabeça outra vez no centro, roda à volta desta zona, dando ao ninho uma forma circular (que fica assim com um diâmetro Igual a duas vezes o comprimento do macho). O macho pode depois realizar limpezas regulares no ninho que construiu afastando materiais com a sua boca ou com movimentos de água gerados pelos opérculos.Geralmente a postura da fêmea no ninho dá-se durante a madrugada ou o anoitecer. É possível que nas noites de lua cheia, devido à maior luminosidade existente, os achigãs consigam utilizar a visão mais eficientemente que noutras noites para procurar um parceiro e realizar o acasalamento.
Durante o acasalamento o par nada sobre o ninho com os seus ventres em contacto, sendo os ovos e o sémen emitidos com movimentos espasmódicos. Um período de repouso segue-se, repetindo-se depois todo este processo várias vezes (até seis). A postura termina quando a fêmea se retira e o macho fica entregue à tarefa de cuidar dos ovos. Um macho pode atrair mais do que uma fêmea para o seu ninho e uma fêmea pode igualmente realizar a postura em ninhos de vários machos.
Alimentação durante a reprodução
O macho não se alimenta enquanto guarda o ninho, tarefa que se pode prolongar por várias semanas após os ovos eclodirem. Porém, a sua agressividade fá-lo abocanhar um peixe, lagostim ou amostra que se movimente nas proximidades do ninho.


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